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Hidroxicloroquina, remédio em teste contra a Covid-19, some das prateleiras



O medicamento a base de sulfato de hidroxicloroquina está em falta nas farmácias particulares de Teresina após ser divulgado, que o remédio é alternativa de cura para casos graves da Covid-19.

Pacientes com lúpus, doença autoimune, e com outras doenças crônicas reclamam da falta do remédio nas farmácias da capital. Nesta terça-feira (31), o Cidadeverde.com buscou a medicação em três redes de farmácia e o produto não está disponível nas prateleiras.

Com um custo médio de R$ 85, o medicamento não exigia receituário médico. "Depois que divulgaram na mídia houve uma procura muito grande e vendeu tudo. Fizemos um novo pedido mas fomos comunicados que a venda só ia ser feita agora pelo governo e com prescrição médica", disse uma gerente de uma farmácia no centro de Teresina.

A procura pelo sulfato de hidroxicloroquina continua nas drogarias é diária. "Todos os dias atendemos alguém que está procurando pelo remédio. Às vezes ligam pra saber se temos no estoque porque realmente não estão mais encontrado nas farmácias. Até porque tem muitos pacientes que já dependiam dessa medicação", contou a gerente de uma rede nacional de drogarias que pediu para não se identificar. 

Remédio está disponível pelo SUS

O Cidadeverde.com foi até a Farmácia do Povo, drogaria de administração estadual, para verificar se há unidades do remédio sob gestão do governo.  A diretora-geral da Assistência Farmacêutica, Wanda Avelino, garante que há estoque do medicamento para os pacientes cadastrados.

“O fornecimento está normal, estamos entregando para quem está cadastrado. Então pacientes com lúpus e artrite podem ter acesso ao medicamento se já tiverem o cadastro na Farmácias do Povo”, explicou.

Para ter cadastro na farmácia, são necessários documentos de identificação, comprovante de endereço, cartão do SUS e prescrição médica para a medicação necessária. A liberação do cadastro se dá em até 30 dias. “É uma medicação de controle rigoroso, não é qualquer pessoa que pode usar. Quem geralmente comprava esse medicamento nas farmácias particulares era sem prescrição médica”, disse Wanda Avelino.

Pacientes buscam manipulação

Nildes da Nóbrega mora em Teresina e teve dificuldades para encontrar a hidroxicloroquina para sua tia que tem lúpus e mora na cidade de Coelho Neto, no Maranhão. “Ela não encontra na cidade dela, já procuraram em São Luís (MA) e eu aqui em Teresina. Em nenhum lugar tinha mais, tive que encomendar em uma farmácia de manipulação”, revelou.

A medicação manipulada custará R$ 155, cinquenta reais a mais do que o preço em uma das farmácias em que o remédio está em falta. 

Automedicação pode causar arritmia grave

O médico infectologista Marcelo Burlamarque alerta para os riscos da automedicação da hidroxicloroquina. “Dentre os efeitos colaterais dessa medicação estão desde alterações gastrointestinais como diarréia e dor abdominal a problemas visuais, como alterações na retina e problemas cardíacos, como arritmia grave”, alertou.



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